A importância da validação para a qualidade de produtos eletroeletrônicos

A importância da validação para a qualidade de produtos eletroeletrônicos

Manter uma máquina, planta ou sistema em funcionamento requer, além das habilidades dos seus projetistas e operadores, componentes e equipamentos de qualidade, pois um simples defeito pode comprometer toda uma operação, acarretando em prejuízos às partes interessadas.

Numa das postagens anteriores aqui do Blog Inovando & Automatizando, meu colega e projetista Roberto Martiny deu uma boa visão da importância da validação no processo de desenvolvimento de produtos. Mas então, como o processo de validação procura garantir a qualidade de um produto? Quais são os principais requisitos de qualidade dos produtos da indústria eletroeletrônica?

Percepção de qualidade pelo cliente

A qualidade começa a ser percebida pelo cliente mesmo antes dele adquirir o produto, e não apenas depois que o produto já tenha sido colocado em operação. A atratividade é um dos requisitos abordados pela validação, avaliando as características físicas, os diferenciais em relação aos produtos equivalentes já disponíveis no mercado e, também, às publicações disponibilizadas referentes ao produto.

Embalagem, mecânica e integridade dos componentes também são focos da validação. O primeiro contato do cliente com o produto, ao retirá-lo da embalagem, não pode ser a visão de um produto riscado, danificado fisicamente ou que não funcione ao ser energizado pela primeira vez. E mesmo depois de muitas horas de funcionamento, sob condições climáticas adversas, após ter sido manuseado várias vezes, o produto deve continuar funcionando como se tivesse sido fabricado recentemente.

Validando funcionalidades

A funcionalidade é a capacidade do produto em fornecer funções que satisfaçam necessidades declaradas e implícitas, quando utilizado em determinadas condições. São estas funções que mais exigem horas de validação: se as funções são adequadas à execução das tarefas, se irão atender às necessidades para as quais o produto é destinado, se serão executadas com a precisão adequada e com o nível de proteção esperado.

O desempenho ao exercer estas funções e a interoperabilidade do produto, ambos sinônimos de produtividade, também são requisitos importantes que atribuem qualidade ao produto. Como é difícil prever quais as funções e com que frequência e concomitância elas serão estimuladas, muitos testes de validação serão necessários para garantia destas qualidades.

Requisitos de qualidade

Facilidade de uso e de operação, com documentação adequada que promova o aprendizado, são requisitos de qualidade que remetem à usabilidade do produto e ao esforço necessário para operar o mesmo. Nem sempre um produto é simples e intuitivo, e, nestes casos, serão necessários bons manuais, que podem incluir exemplos de utilização para orientar o usuário.

Bons índices de confiabilidade, que é a capacidade de o produto manter um determinado nível de desempenho quando utilizado sob certas condições específicas, e de robustez, que é a capacidade do produto manter suas características funcionais inalteradas mesmo em situações adversas de uso (interferências e perturbações), vão garantir a qualidade do produto a longo prazo.

Como último requisito a ser listado, mas não menos importante, temos a manutenção. A capacidade de manutenção do produto remete a características de diagnósticos incorporados, disposição de teste e auto teste, facilidade de atualização de software ou de substituição de hardware em campo, bem como possuir uma documentação adequada com orientações para manutenção corretiva e preventiva.

Existem ainda outros requisitos de qualidade que, dependendo da aplicação e funções do produto, podem ter menos ou mais importância para o usuário final. Mas, de uma forma geral, estes são os principais requisitos de qualidade com que, não apenas a validação, mas todos os processos de desenvolvimento devem se preocupar em garantir.

É importante lembrar também que processos como o da validação, que procuram garantir a qualidade de produtos eletroeletrônicos, reduzem significativamente os riscos de danos (probabilidade e consequência de um efeito adverso) e, consequentemente, aumentam os níveis de segurança pessoal, ambiental e financeira de quem utiliza tais produtos: o cliente.

Fernando Staudt

Sobre o autor:

Nelson Theves entrou para a família Altus em 1995 como estagiário. No ano seguinte passou ao cargo de Projetista de Produtos e Sistemas, posição que ocupou até 1998. Em 2001 voltou como parceiro na equipe de P&D, auxiliando no processo de validação de produtos.

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