A transformação digital da indústria, impulsionada pelo conceito de Indústria 4.0 e que agora vem se transformando em automação inteligente, representou grandes mudanças em como as operações são gerenciadas, pois os sistemas operavam em redes isoladas, sem conexão exterior. Essa abordagem oferecia uma proteção intrínseca, mas impedia a troca de informações em tempo real para a otimização de processos.
A nova era da inteligência operacional, no entanto, exige a convergência com a tecnologia da informação, conectando equipamentos de campo a sistemas de gestão e à nuvem para viabilizar a coleta e a análise de dados em escala.
Nesse contexto, os gateways assumem um papel essencial nas operações, funcionando como a ponte entre a rede interna e a rede externa. Eles viabilizam a troca de dados e asseguram a interoperabilidade entre sistemas que utilizam arquiteturas e linguagens de comunicação distintas. Sua principal função é a conversão inteligente de protocolos, traduzindo linguagens industriais legadas, como Modbus RTU/ASCII, para protocolos mais modernos baseados em IP, como Modbus TCP e MQTT, por exemplo. Com isso, máquinas e processos já instalados podem se integrar de forma fluida a sistemas de supervisão e controle avançados, como soluções SCADA e plataformas em nuvem.
A expansão da conectividade, por outro lado, trouxe uma nova e complexa superfície de vulnerabilidades para ataques cibernéticos. A ausência de segmentação entre as redes OT e TI amplia a exposição a ameaças e malwares. Nesse cenário, a escolha de um gateway vai muito além da necessidade de conectividade: o dispositivo precisa ser robusto e, sobretudo, seguro, atuando como um ponto de controle estratégico entre a segurança da informação e a segurança operacional, garantindo a integridade e a disponibilidade dos processos físicos.
Neste artigo, vamos mostrar como a integração com gateways pode tornar as operações industriais mais ágeis e, ao mesmo tempo, elevar o nível de cibersegurança das aplicações como um todo.
Gateway TLE: tecnologia que une alta conectividade e cibersegurança industrial
O TLE3-21100, da Série Connect da Altus, foi projetado para atuar como um RTU de IoT 4G em aplicações industriais, oferecendo uma solução completa para telemetria e acesso remoto seguro. O dispositivo é a união de robustez mecânica, flexibilidade de interfaces e uma arquitetura de segurança multicamadas.
A versatilidade do TLE começa em suas interfaces de comunicação. Ele suporta uma vasta gama de protocolos e possui interfaces físicas, permitindo a conexão com equipamentos de rede baseados em IP e dispositivos seriais simultaneamente.
- – Interfaces físicas: o equipamento conta com uma porta Ethernet de 10/100Mbps para conectividade LAN, uma interface serial RS-232/RS-485 para integrar dispositivos Modbus legados, e um módulo WAN celular 4G para conectividade remota sem limites geográficos.
- – Conectividade sem fio: além do celular, o gateway possui conectividade Wi-Fi IEEE802.11n 1T1R, o que permite a comunicação com CLPs e outros dispositivos em rede sem fio, com a possibilidade de o próprio gateway atuar como um ponto de acesso.
- – O verdadeiro diferencial, no entanto, está na conectividade WAN. A intermitência das redes em áreas remotas é um desafio recorrente em aplicações de telemetria. Para superar essa limitação, o TLE foi desenvolvido com um módulo LTE que suporta 2 Micro SIMs, possibilitando uma conexão redundante. Caso a comunicação pelo SIM-A seja interrompida, o gateway alterna automaticamente para o SIM-B, assegurando a continuidade da transmissão de dados em aplicações críticas.
Robustez e confiabilidade em ambientes adversos
A primeira linha de defesa em qualquer sistema industrial é a integridade física de toda a aplicação. O TLE é construído com uma caixa de liga metálica rígida, em conformidade com o nível de proteção IP30, o que o torna resistente a impactos e vibrações. Sua capacidade de operar em uma ampla faixa de temperatura, de −30∘C a 70∘C, garante seu desempenho em ambientes rigorosos, como os encontrados na agroindústria, saneamento, e em fábricas de metais e mineração.
As certificações de conformidade com normas europeias (CE, RoHS) e brasileiras (ANATEL) validam sua qualidade e segurança para comercialização e uso em ambientes regulamentados.
Segurança digital muito além da conectividade
A conectividade, por si só, não é segurança. Uma conexão de rede pode se tornar um vetor de risco significativo se não for devidamente protegida. Pensando nisso, o TLE foi projetado com uma arquitetura de segurança robusta e proativa, garantindo que tanto o dispositivo quanto a rede que ele protege estejam preparados para enfrentar ameaças digitais.
E além das defesas de perímetro, o gateway oferece suporte a tecnologias de VPN como IPSec e OpenVPN, essenciais para estender a segurança da rede local por meio de um canal como a internet.
O IPSec atua criptografando e autenticando cada pacote IP para estabelecer um túnel seguro, enquanto o OpenVPN utiliza protocolos como SSL/TLS para a troca de chaves e tem a capacidade de atravessar firewalls e NATs (Conversão de Endereço de Rede). Essa funcionalidade é essencial para o acesso remoto seguro, permitindo que a comunicação aconteça de forma confidencial e protegida em cenários como Site-to-Site e Host-to-Site.

Confira uma visão detalhada dos recursos do firewall integrado do TLE
O TLE possui um firewall SPI integrado, que serve como a base de sua defesa. Diferente de um filtro simples que analisa pacotes de forma individual, o firewall SPI inspeciona o contexto da comunicação. Ele monitora o estado de cada conexão de rede (estabelecida, relacionada ou nova) e permite que apenas pacotes que pertencem a uma sessão de comunicação legítima e já iniciada sejam passados.
Essa abordagem inteligente protege a rede contra ataques que tentam mascarar tráfego malicioso em sessões de comunicação ativas, como alguns tipos de ataques de negação de serviço. E segurança é reforçada por políticas granulares de controle de acesso, como:
- – Filtro de pacotes (Packet Filter): esta funcionalidade permite um controle granular e preciso do tráfego de rede. O administrador pode criar regras para permitir ou bloquear pacotes com base em parâmetros como a interface de entrada e saída, o endereço IP de origem e destino, e o protocolo (TCP, UDP, etc.) e porta de serviço. Essa capacidade é fundamental para a segmentação de redes OT e TI, garantindo que apenas o tráfego autorizado para fins de supervisão ou controle possa passar. Por exemplo, pode-se configurar uma regra para permitir que apenas um servidor SCADA com um IP específico se comunique com os CLPs da rede, bloqueando todo o resto.
- – Controle por MAC (MAC Control): atuando na camada de rede mais baixa, o controle por MAC oferece uma forma poderosa de restringir o acesso à rede com base no endereço físico de cada dispositivo. O administrador pode criar listas de permissão (white lists) ou de negação (black lists) para autorizar ou bloquear dispositivos específicos, garantindo que apenas equipamentos reconhecidos e homologados possam se conectar. É uma camada de segurança que impede a entrada de dispositivos não autorizados na rede industrial.
Sistema de prevenção de intrusões e modo furtivo
A defesa vai além do simples filtro de tráfego. Segurança proativa significa antecipar e neutralizar ameaças antes que elas possam causar qualquer dano, e para isso, o TLE conta com as seguintes funções:
- – Função IPS (Intrusion Prevention System): o TLE possui uma função IPS para cibersegurança, que atua como uma camada de segurança ativa, monitorando e protegendo a rede contra atividades maliciosas. Em contraste com um IDS (Intrusion Detection System), que apenas registra a atividade suspeita, o IPS do TLE age de forma proativa, identificando e bloqueando automaticamente ataques conhecidos e comportamentos maliciosos, como SYN Flood, UDP Flood, ICMP Flood e Port Scan. Essa funcionalidade previne que um ataque de negação de serviço sobrecarregue o gateway e o impeça de operar.
- – Modo furtivo (Stealth Mode): essa funcionalidade adiciona uma camada de “invisibilidade digital” ao gateway. Ao ser ativado, o dispositivo para de responder a varreduras de porta externas (port scans). Isso significa que, para um ataque externo, o gateway e a rede por trás dele parecem não existir, tornando-os menos visíveis e reduzindo a “superfície de ataque”. Essa funcionalidade trabalha em conjunto com o IPS: o modo furtivo atua na fase de reconhecimento de um ataque, dificultando a descoberta de alvos, enquanto o IPS atua na fase de execução, neutralizando ameaças que conseguiram interagir com o sistema.
A combinação desses recursos demonstra que a segurança do TLE é uma arquitetura de defesa robusta: da proteção de perímetro (MAC Control) à inteligência proativa (IPS), o objetivo é garantir a máxima disponibilidade para o ambiente industrial.
Nunca perca seus dados: a função de data logging em cenários críticos
Em ambientes industriais, especialmente em locais remotos, a conectividade WAN pode ser intermitente devido a fatores externos como instabilidade da rede ou falhas de energia. Nesses momentos de desconexão, a perda de dados de produção pode ser um problema grave, comprometendo análises preditivas, relatórios de conformidade e o diagnóstico de falhas operacionais.
A função de data logging do TLE é uma solução inteligente para esse desafio, atuando como um “protetor da memória” que garante a integridade dos dados, mesmo quando a conexão com o servidor remoto falha.
O TLE suporta diferentes modos de registro de dados, mas o modo Off-line Proxy é o mais relevante para o cenário de desconexão. Em uma falha de conexão, o gateway assume a coleta de dados dos dispositivos de campo (slaves) de acordo com regras de aquisição pré-definidas. Esses dados são então armazenados de forma segura em um cartão MicroSD no próprio dispositivo. Quando a conexão é restabelecida, o administrador pode exportar os arquivos de log, permitindo que a lacuna de informação seja preenchida sem que a produção precise ser interrompida.
Essa funcionalidade transforma uma potencial perda de dados em apenas uma questão de atraso na sincronização. A capacidade de registrar dados localmente garante a continuidade da coleta de informações, que é a base para a inteligência operacional em qualquer indústria e torna a telemetria em áreas remotas mais confiável.
A oportunidade de modernização agora
O gateway TLE é uma solução completa que une conectividade flexível, resiliência para operar em ambientes extremos e uma arquitetura de segurança robusta. Trata-se de uma ferramenta para empresas que desejam modernizar sua automação, integrar sistemas e assegurar a continuidade e a integridade dos dados em um cenário cada vez mais conectado.
E como parte do nosso compromisso em democratizar as tecnologias para automação inteligente, queremos tornar essa solução acessível a você. Por isso, o TLE3-21100 está disponível em condição especial de preço promocional, válida do até o fim de outubro — uma oportunidade para fortalecer o futuro da sua automação.