Vulnerabilidades da indústria e recursos de proteção contra ciberataques

Vulnerabilidades da indústria e recursos de proteção contra ciberataques

Alvo cada vez mais frequente de cibercriminosos, o setor industrial está entre os mais ameaçados no Brasil e no mundo. A falta de investimentos em segurança cibernética e a existência de diversos pontos cegos nos sistemas utilizados são algumas das bases para entender a vulnerabilidade do segmento.

Nesse artigo, iremos explorar as fragilidades que tornam o setor industrial vulnerável a ciberataques, abordando práticas de segurança como segmentação de redes, monitoramento contínuo e autenticação reforçada, além de medidas avançadas para proteção de dados e resposta a ameaça, através de switches industriais.

Fragilidades que expõem a indústria a ciberataques

Em uma análise realizada pela Lumu Technologies, empresa especializada em cibersegurança, foram mapeadas as principais razões que tendem a tornar o setor industrial mais vulnerável a ataques cibernéticos. De acordo com a empresa, existem cinco fragilidades no segmento que contribuem para o aumento da sua exposição a ransomwares:

  • Tecnologia operacional: sistemas ou equipamentos industriais que se conectam à internet de forma direta. Podemos citar como exemplo um CLP responsável por coletar variáveis em uma caldeira e enviá-las para um banco de dados na nuvem.

  • Falta de monitoramento: a indústria ainda é pouco madura em relação à infraestrutura de segurança de dados. Esse cenário muitas vezes impede uma visibilidade eficaz da rede, dificultando a detecção e a resposta a atividades suspeitas em tempo hábil.

  • Cadeias de suprimentos complexas: representam uma vulnerabilidade, pois envolvem muitos fornecedores e sistemas interconectados com diferentes níveis de segurança. Isso amplia a superfície de ataque e aumenta o risco de brechas que podem comprometer toda a rede.

  • Resgates atrativos: criminosos visam empresas que provavelmente pagarão grandes somas para restaurar seus sistemas. Fabricantes, em especial, possuem recursos e dependem criticamente de seus sistemas, tornando-se alvos atraentes.

  • Propriedade intelectual valiosa: diversas indústrias detêm propriedade intelectual que pode ser roubada ou sequestrada, incluindo projetos, processos e segredos comerciais de alto valor. Esses ativos atraem criminosos, já que as empresas estão dispostas a pagar para protegê-los.

Como garantir a segurança da rede em ambientes industriais?

Com a evolução tecnológica e a implementação de conceitos da Indústria 4.0 e IoT, os dispositivos de automação industrial estão continuamente conectados à internet, aumentando a praticidade e a produtividade na indústria. No entanto, essa conectividade constante também expõe o ambiente industrial a riscos de ataques cibernéticos. Confira práticas essenciais para fortalecer a segurança da rede no ambiente industrial:

  • Proteja os ativos industriais: identifique e classifique todos os ativos críticos, como CLPs, IHMs, sensores e servidores que estão conectados à rede. Para proteger esses ativos, implemente soluções como firewalls, antivírus e controle de acesso, garantindo que apenas dispositivos autorizados possam interagir com a rede industrial. Medidas adicionais, como criptografia e autenticação multifator, também ajudam a impedir acessos não autorizados.

  • Segmente as redes: a segmentação da rede é uma das práticas mais eficazes para conter possíveis ataques. Divida a rede industrial em sub-redes específicas para diferentes funções e dispositivos, isolando o tráfego entre elas. Com isso, em caso de um ataque, é possível limitar o impacto, protegendo setores essenciais e prevenindo a propagação do ataque para outras partes da rede. Utilize VLANs e firewalls para restringir o acesso entre essas sub-redes, assegurando um nível de segurança adicional.

  • Crie políticas de segurança: defina políticas de segurança claras para orientar todos os colaboradores quanto ao uso correto dos dispositivos conectados. As políticas devem cobrir desde o controle de acessos até a utilização de dispositivos externos, como pendrives e notebooks. Documente e revise regularmente essas políticas para garantir que acompanhem as mudanças tecnológicas e os novos riscos de segurança.

  • Monitore continuamente: o monitoramento contínuo é essencial para detectar rapidamente comportamentos anômalos ou ameaças potenciais. Utilize sistemas de monitoramento de rede e análise de tráfego para identificar acessos suspeitos e atividades não autorizadas. Ferramentas de SIEM (Gerenciamento de Eventos e Informações de Segurança) podem ser integradas para alertar a equipe de segurança, possibilitando respostas rápidas a incidentes.

  • Educação e treinamento: os colaboradores de todas as áreas da empresa devem ser treinados para identificar agentes maliciosos e reconhecer ações de risco, como tentativas de phishing ou falhas nas práticas de identificação e acessos. A conscientização constante e o treinamento em boas práticas de segurança podem evitar muitos incidentes cibernéticos, eliminando o fator humano como grande risco para a segurança das indústrias.

Os passos acima são apenas algumas das boas práticas que ajudam a garantir a segurança das redes no ambiente industrial, mas as práticas, medidas e soluções que podem ajudar as indústrias a estarem realmente seguras podem variar muito de acordo com as características de cada planta, do negócio e das tecnologias envolvidas em cada indústria.

Fundamentos de segurança para redes industriais

Além de seguir as boas práticas mencionadas anteriormente, a aplicação de fundamentos de segurança é essencial para elevar o nível de segurança e proteger as redes industriais de ataques cibernéticos. Para ajudar a fortalecer a defesa contra ataques cibernéticos, listamos três fundamentos utilizados em switches industriais que, juntos, fornecem uma estrutura eficiente para reduzir pontos de vulnerabilidade nas redes industriais e garantir uma resposta rápida a ameaças potenciais.

Acesso e controle de dispositivos com SSH

O acesso remoto a dispositivos industriais é essencial para monitoramento e manutenção, mas também representa um ponto de vulnerabilidade. Protocolos como SSH permitem essa conectividade com elevado grau de segurança. Para dar segurança e confiabilidade à transmissão de dados entre dispositivos, o SSH (Secure Shell) utiliza criptografia dos tipos simétrica, assimétrica e hashing, protegendo a conexão e impedindo o acesso de agentes não autorizados. Em redes industriais, o SSH é recomendado para garantir que apenas usuários autenticados possam acessar dispositivos como CLPs e IHMs. Para fortalecer ainda mais a segurança, é indicado configurar autenticação multifator (MFA) e monitorar regularmente as atividades de login via SSH.

Autenticação e segurança de porta

A autenticação e o controle de acesso são fundamentais para proteger dispositivos em redes industriais. Uma prática eficaz é a autenticação baseada em endereço MAC, que permite restringir o acesso físico aos pontos de rede. Com essa abordagem, cada porta de switch é configurada para permitir conexões apenas de dispositivos com endereços MAC autorizados, bloqueando automaticamente acessos não reconhecidos.

Além disso, o Controle de Acesso Baseado em Lista (ACL) é uma prática essencial para reforçar a segurança em camadas na rede industrial. As ACLs permitem definir regras de acesso específicas para diferentes IPs, portas e protocolos, assegurando que apenas o tráfego autorizado possa alcançar dispositivos críticos, como CLPs e IHMs.

Segmentação com VLANs e qualidade de serviço (QoS)

A segmentação de redes por VLANs e a implementação de Qualidade de Serviço (QoS) são práticas importantes para garantir segurança e eficiência na comunicação de redes industriais. As VLANs permitem dividir uma rede física em várias redes virtuais, separando dispositivos e setores de acordo com suas funções e necessidades de segurança.

Em um ambiente industrial, é comum criar VLANs dedicadas para CLPs, IHMs, sensores e sistemas de controle, isolando esses dispositivos da rede corporativa e de outros segmentos menos seguros. Nesse contexto, a Qualidade de Serviço (QoS) é utilizada para priorizar o tráfego de dados de maior importância na rede. Em um ambiente de automação, isso significa garantir que informações de controle e monitoramento, como as enviadas pelos CLPs, tenham prioridade sobre outros tipos de tráfego.

Recursos avançados de segurança em switches industriais

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