Como aumentar a produtividade das empresas de saneamento?

Como aumentar a produtividade das empresas de saneamento?

A falta de investimento impacta diretamente a produtividade das empresas de saneamento, representando um dos principais obstáculos para a entrega de serviços eficientes de água e esgoto à população brasileira. A automação de processos é uma estratégia que, dentre outras vantagens, melhora o rendimento da indústria e a qualidade do serviço prestado. Vamos saber como isso é possível? Continue a leitura.

Panorama atual da indústria de saneamento

No Brasil, o saneamento é um direito garantido pela Constituição Federal e que, na teoria, deveria ser acessível a todos os brasileiros. 

Na prática, a história é bem diferente. Uma pesquisa feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2017, divulgada pelo Portal da Indústria, fez um ranking de países com maior acesso ao serviço de saneamento básico. O Brasil ficou no 117° lugar

Hoje, os dados ainda são alarmantes. Cerca de metade da população brasileira desconhece as práticas de saneamento, segundo dados do próprio Governo Federal. O que justifica essa carência?

As empresas que executam esse trabalho são organizações estatais ou concessionárias que estabelecem relações com o Estado mediante contrato. Porém, mesmo com essa mescla de iniciativas públicas e privadas, a extensão territorial do país é uma das barreiras que dificultam a instalação de novos sistemas de saneamento e a execução das tarefas operacionais. 

Outro gargalo evidente é a baixa produtividade das empresas, geralmente motivada pelo uso de tecnologias e equipamentos obsoletos ou pouco eficientes.

The falta de investimentos e de políticas públicas dispostas a sanar esse déficit também são desafios enfrentados pelo setor, demonstrando que, apesar da importância, o saneamento parece não ser uma prioridade. 

Apesar disso, algumas estratégias estão sendo desenvolvidas para tentar equilibrar esses números. Um deles é o Marco Legal do Saneamento, nome dado à lei criada para regulamentar o setor e que exige um maior comprometimento das empresas enquanto prestadoras de serviço.

O Marco Legal do Saneamento destaca que o Governo Federal deve investir até R$700 bilhões para melhorar os serviços de saneamento básico por meio de empresas privadas, com prazo até 2033. Em São Paulo, por exemplo, a determinação federal orienta a formação de blocos de municípios para alcançar a universalização de serviços de água e esgoto até o final desse período.

Outra medida é o investimento em inovação e implantação de ferramentas e sistemas com foco na otimização e simplificação das operações, o que gera mais produção e maior alcance.

A importância da produtividade para sistemas de saneamento 

Vimos que a baixa produtividade das empresas é um dos obstáculos que atrapalham a expansão das medidas de saneamento. Afinal, quanto menor for a oferta de um serviço, mais reduzido será o alcance dele.

Por isso, aumentar o rendimento das empresas que atuam na área de tratamento de água e esgoto é fundamental para melhorar os índices brasileiros nesse quesito.

Além de amplificar o acesso ao saneamento, aumentar a produtividade também colabora para a melhora da qualidade dos processos, incluindo o tratamento da água e a gestão de resíduos. 

Oferecer um trabalho de qualidade e condizente com as necessidades do país e da população é um atributo valorizado em prestadores de serviço, por isso deve ser cultivado para que essas empresas melhorem sua competitividade e posição no mercado.

Destacamos que, após a aprovação do Marco Legal do Saneamento, novos investimentos devem ser feitos no setor e um deles é a abertura do segmento para uma participação mais ativa das empresas privadas. Portanto, mostrar resultados reais e eficientes é, sem dúvidas, um grande diferencial.

A automação de processos em sistemas de saneamento

A automação de processos é um mecanismo essencial na elevação da produtividade dos sistemas de saneamento, assim como já acontece em outros setores da indústria.

A automação é um conjunto de técnicas e ferramentas adotadas com o objetivo de automatizar tarefas operacionais e estratégicas, simplificando e otimizando essas atividades.

Na automação, os sistemas e equipamentos são capazes de executar comandos por conta própria, após identificação dessa necessidade, ou podem emitir sinais para que um colaborador verifique a situação.

A automação de processos confere mais autonomia às máquinas, reduz a participação humana, facilita o monitoramento e o controle de todas as etapas, reduz o número de falhas e simplifica os processos físico-químicos complexos que compõem o sistema de saneamento.

Confira alguns processos que podem ser automatizados:

  • Acionamento de funções e inicialização de programas;
  • Coleta, análise e compartilhamento de dados para acesso remoto e em tempo real;
  • Identificação e controle de vazamentos;  
  • Controle de dosagem de produtos químicos usados no tratamento de água;
  • Medição da qualidade da água;
  • Controle da eficiência do transporte de carga;
  • Monitoramento de distribuição e descarte;
  • Interrupções no fluxo de água;
  • Identificação de ligações clandestinas ou desvios similares.

Ferramentas e tecnologias para automação na indústria de saneamento

A automação é baseada no uso de tecnologias e ferramentas específicas. Sem elas, é impossível falar em controle, otimização e produtividade. Conheça esses dispositivos:

Sensores inteligentes

Os sensores são dispositivos programados para realizar medições, identificar falhas e outros eventos inesperados. Eles ficam acoplados em estruturas e equipamentos específicos, definidos pela empresa.

Os sensores podem, por exemplo, verificar a qualidade da água, medir a temperatura de um reservatório, identificar vazões indevidas, emitir alertas sobre possíveis alterações na pressão da água, dentre outras funções.

Tudo que é captado pelos sensores é enviado para os CLPs responsáveis pelo controle da aplicação. Esses dados são processados e armazenados em uma central de dados para posterior avaliação, que também pode acontecer em tempo real, pelos usuários do sistema.

Sistemas de controle

Os controladores monitoram todos os processos em andamento. O seu papel é acompanhar e coletar informações, além de registrá-las e armazená-las em uma plataforma apropriada.

Esses dados ficarão disponíveis para a equipe responsável, que irá decidir em que momento utilizá-las e de que forma elas serão úteis para a melhoria dos processos.

O CLP (Controlador Lógico Programável) é o representante mais conhecido dos sistemas de controle. Já a metodologia que impulsiona esses dispositivos é chamada de telemetria.

A telemetria é uma técnica que monitora e controla processos de forma totalmente automatizada, integrada e à distância, compartilhando dados em tempo real. Atualmente, está sendo muito utilizada em setores que desenvolvem atividades mais complexas, como ocorre na indústria de saneamento.

See also: Telemetria industrial: os benefícios para gestão de processos

Plataformas de gerenciamento integrado

As plataformas de gerenciamento integrado são centrais de armazenamento de dados por meio das quais os operadores e gestores têm acesso a todos os comandos utilizados no sistema de saneamento, de forma integrada e instantânea.

Essas centrais permitem um controle mais abrangente e contínuo dos procedimentos em execução, assim como do desempenho dos demais dispositivos que compõem o sistema de automação.

See also: Wastewater station automated with Altus products technology

Como implementar a automação na indústria de saneamento? 

A implementação das estratégias de automação em uma indústria de saneamento é estruturada em, basicamente, quatro etapas: planejamento, aplicação prática, capacitação técnica e controle de desempenho. Confira mais detalhes de cada fase:

Planejamento 

O planejamento é o momento de desenhar e organizar todas as variáveis que influenciarão as próximas etapas da automação. Nessa fase, é preciso listar os objetivos da indústria e definir quais setores ou tarefas devem ser automatizados para alcançar as metas estabelecidas.

The disponibilidade financeira para fazer os investimentos também deve ser estudada. Para isso, é importante definir um valor aproximado a ser utilizado, sempre com o cuidado de não comprometer negativamente o orçamento.

Implementação 

Aqui, temos a parte prática da automação. A implementação abrange várias etapas menores, começando pela escolha das tecnologias que serão aplicadas. A aquisição desses dispositivos deve estar de acordo com as necessidades da indústria, sem excessos.

Em seguida, temos a instalação dos equipamentos e dos softwares, tarefa que deve ser executada por uma equipe técnica especializada para evitar falhas de comunicação entre os dispositivos e outros entraves.

Outro detalhe importante é a estrutura física da empresa, que deve ser condizente com os acessórios. Se necessário, é preciso fazer alterações em sistemas elétricos, hidráulicos e de internet.

Treinamento da equipe

The capacitação dos funcionários é primordial para o bom desempenho do sistema de automação, especialmente se este for o primeiro contato da equipe com equipamentos e sistemas digitais.

Um treinamento eficiente garante que os recursos sejam fielmente explorados e produzam todos os benefícios esperados. 

Além disso, quando feita de forma recorrente, a capacitação mantém a equipe por dentro de todas as atualizações dos programas e ferramentas, o que também é fundamental para o uso eficiente dessas tecnologias.

Set up 

O monitoramento deve ser feito ao longo de todo o fluxo de implantação. A ideia é estabelecer um controle contínuo sobre as ações a fim de identificar possíveis falhas e fazer os devidos ajustes.

Uma grande vantagem da automação, em relação ao monitoramento, é que esse acompanhamento ocorre em tempo real e com acesso remoto pelos operadores, uma característica que aumenta a segurança e a eficiência dos processos.

See also: Guia completo sobre automação de processos na indústria

O futuro da automação em sistemas de saneamento 

A automação é um dos pilares da transformação industrial, proporcionando uma série de vantagens para os mais diversos segmentos, incluindo os sistemas de saneamento. 

As tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial, IoT, Machine Learning e, até mesmo, a robótica já mostraram que têm muito a oferecer e a expectativa é que elas se fortaleçam ainda mais com o passar do tempo.

O caminho a ser percorrido é longo e complexo, mas com os investimentos corretos e bem direcionados é possível extrair todos os benefícios das novas tecnologias, acelerar a modernização do setor, aumentar a sua produtividade e, finalmente, garantir o acesso da população a um serviço tão essencial, como é o saneamento básico.

See also: A IA Aplicada ao Processo Decisório na Indústria

Altus: soluções integradas para um sistema de saneamento eficiente

The Altus desenvolve produtos de alta tecnologia para as mais diversas soluções implementadas em sistemas de saneamento. Com equipamentos capazes de serem utilizados em aplicações de telemetria e controle de dados, nossa tecnologia permite aumentar a produção, simplificar processos e facilitar a tomada de decisões, tudo isso de forma remota, em tempo real e com embasamento técnico.

Venha para a Altus e saiba como aumentar a rentabilidade e a competitividade da sua indústria de saneamento de maneira inteligente e sustentável.

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