Uma viagem pelo campo automatizado

Uma viagem pelo campo automatizado

A alta representatividade do setor primário na economia do Brasil faz com que o agronegócio seja dos mais importantes na vida de todos. Muitas vezes somos informados de dados sobre esse importante segmento, porém, quando temos a oportunidade de sair dos grandes centros urbanos e rumamos ao interior do país via modal terrestre, podemos perceber, como testemunhas oculares, o impacto do agronegócio e todo o seu poder de movimento.

No início de janeiro passado, quando, em férias, fiz o trajeto de Porto Alegre/RS à Foz do Iguaçu/PR de carro, pude perceber e me surpreender com a vastidão de terras onde é cultivada soja. Rumando para o noroeste do Rio Grande do Sul, passei pelo oeste de Santa Catarina e adentrei no também oeste do Paraná para, então, chegar em Foz do Iguaçu. Durante este trajeto, passei por um oceano verde com a soja madura ou em fase final de amadurecimento (a colheita nos estados do Sul ocorre entre janeiro e maio).

Além do produto em si, consegui perceber o movimento de trabalhadores e implementos agrícolas para colheita e transporte de grãos. Máquinas trafegando, times de operação e manutenção dos implementos, carretas e mais carretas se movimentando com fertilizantes, produtos e soja para todos os lados.

Nesse momento, pude perceber que os armazéns das empresas que estocam e beneficiam este produto nunca ficam vazios, mesmo tendo dimensões colossais. Também verifiquei o motivo de navios atracarem nos portos para carga de toneladas e mais toneladas de grãos. Por fim, entendi como e porque as plantas de extração de óleo de soja e produção de biodiesel rodam sem parar dias e noites a fio.

Analisando todo este cenário, chegando na parte de produção industrial e fazendo a associação com o mundo da automação, fica lógico perceber a necessidade de se ter confiabilidade, disponibilidade e segurança, pois as plantas de extração de óleo de soja e produção de biodiesel são áreas classificadas, nos sistemas de controle destas plantas de beneficiamento produtivo.

Por tudo isso, fica claro o motivo pelo qual as indústrias de beneficiamento do agronegócio estão instalando sistemas redundantes de controle, com redes de comunicação de I/O em anel óptico redundante, conversores de frequências e soft starters em rede com protocolos de comunicação industrial abertos, bem como instrumentação de campo com capacidade de comunicação interligados a dispositivos de I/O analógicos com alta capacidade. Toda essa tecnologia entrega informações quanto a integridade dos equipamentos de campo e apoia a gestão dos ativos das unidades industriais.

Por tudo exposto acima, saudemos o nosso setor primário e sua incursão e precursão no mundo da tecnologia em automação industrial.

Maurício Torres, Projetista de Aplicação

About the author

Maurício Torres iniciou sua trajetória na equipe de engenharia da Altus em 2002 e, desde então, participou do desenvolvimento e implementação de inúmeras aplicações por todo o país. Hoje, ocupa a posição de Projetista de Aplicação, liderando projetos nos segmentos de Óleo & Gás, Energia Elétrica e Agroindústria.

Share

Leia também